Sentada à frente do balcão da padaria, enquanto tomava seu primeiro café expresso daquela manhã, ela notava, depositados sobre si, os olhares de estranhamento dos demais fregueses ao redor. De rabo de ouvido, ainda conseguia captar um ou outro comentário desdenhoso ou de mero assombro a seu respeito.Continuou tomando seu café tranquilamente. Não se sentia de modo algum intimidada. A bem da verdade, sentia profunda empatia por aquelas reações. Tinha consciência dos afetos nelas envolvidos.
Afinal, não era de se esperar que aqueles rinocerontes veriam como natural a presença de um ser humano ali no meio deles, numa padaria, logo de manhã cedo, tomando café, expresso além de tudo.