Aproximava-se o dia 31 de dezembro e Ana ainda não tinha decidido o que usar, na praia, para ver os fogos de artifício que, à meia-noite, dariam as boas-vindas a 2020.
Queria algo que fugisse do branco convencional, mas todas as demais cores
(amarelo, vermelho, rosa…)
lhe pareciam muito ousadas e chamativas.
No fundo, embora quisesse inovar, não queria tanto destoar da multidão que, junto com ela, saudaria, na praia, o fim de 2019 e a chegada de 2020.
Essa dúvida sobre o que vestir a acompanhou até as 10 horas da noite do dia 30 de dezembro, quando ainda era possível encontrar abertas algumas lojas de roupas, no shopping que ela costumava frequentar.
Acompanhou-a até o ultimo instante de sua vida, finda pouco depois das 10 horas da noite daquele 30 de dezembro, vítima de uma bala perdida, que a atingiu na cabeça quando ela deixava o shopping para onde tinha ido comprar seu traje para o réveillon.
A cor que escolhera para a roupa com que veria 2020 chegar tinha sido o verde, cor que alguns associam à esperança.