Essas janelas

Que agora servem de anteparo à chuva que cai lá fora

Chuva que, no som de seus murmúrios, embala meus pensamentos

Desviando-os da insanidade para onde o silêncio absoluto os levaria

Essas janelas

Que tanto de nós testemunharam

Iluminando-nos na inefável glória de nosso mel

Preservando do mundo a infâmia de nosso fel

Servindo de fundo ao ordinário de nossas rotinas de casal

Essas mesmas janelas

Pouco puderam fazer

Senão, ao serem abertas, permitirem-nos respirar

Assim nos livrando da completa asfixia

Que nos sufocava em nosso dia a dia

Janelas ordinárias

Que presenciaram, impassíveis como sentinelas

O fim de nossa história

Benditas janelas

Que me mantêm ao abrigo da chuva lá fora

Impedindo suas águas de com minhas lágrimas se encontrarem

Daí me preservando da imagem de uma pororoca

(everybody hurts)

Triste alegoria que de cruel ilustração serviria

Para o turbilhão de emoções contraditórias que ainda me devassam

(everybody cries)

Pondo-me em frangalhos que parecem no tempo se eternizarem

(if you’re on your own in this life)

Malditas janelas

(the days and nights are long)

Que agora me impedem de seguir por um atalho

(and you think you’ve had too much of this life to hang on)

Para uma solução final para as indizíveis dores que ainda me assolam

(if you feel like you’re alone)

Essas janelas…

(no, no, no… you’re not alone)

(so hold on, hold on).

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