A tempestade nem bem terminara, quando Maria entrou pela porta do apartamento toda trôpega — por pouco não deu com a cara no chão após tropeçar com desengonço no capacho da soleira. Estava aflita: seu rosto, de tão pálido, parecia o caule de um broto de feijão. O olhar perdido vagava sem rumo pela sala como uma alma penada, sem se fixar em ponto nenhum — parecia vir de uma longa e dolorosa peregrinação à beira do abismo da morte.

Vendo-a assim chegar, sua companheira, com quem dividia o apartamento, assustada, correu para acudi-la – “Calma, Maria!”, gritou Socorro.

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