De manhã bem cedo, ainda estava escuro, pois o sol nem bem chegara a raiar.
Sob um céu sem nuvens, com apenas alguns resquícios da luz do luar,
Ela foi vista, toda de branco, a depositar, sobre a areia da praia, um alguidar.
Dentro dele, frutas e flores compunham uma oferenda para a deusa do mar,
Que, depois, o vai e vem das ondas, de um modo que aqui não cabe explorar,
Cuidaria de fazer à sua destinatária, algum dia – quem sabe –, chegar.
Ali ela permaneceria, assim nos contam aqueles que a viram, até que os primeiros raios do sol começassem a desabrochar.
Foi então que ela se levantou e foi trabalhar, pois tinha hora certa para chegar,
E se chegasse atrasada, o tempo com a patroa iria fechar.
Pensou: um dia hei de ganhar na loteria e essa vida deixar, mas, por ora, melhor não arriscar.
Oferenda
